sábado, 30 de agosto de 2008

Resenha: St. Anger - Metallica


Todos estão falando do tal novo álbum do Metallica, o Death Magnetic. Os fãs do mundo inteiro estão esperando ansiosamente por esse lançamento, com a esperança de que eles voltem aos "tempos antigos" dos anos 80, que de certa forma foi aumentada pelas músicas liberadas pela banda na internet. Mas por que será que há tanta coisa cercando esse disco?

Pra início de conversa, há o fato é que, depois da morte de Cliff Burton (primeiro baixista (que conta) da banda) e do lançamendo de ...And Justice for All, o quarteto, que vinha evoluindo musicalmente desde o primeiro álbum (Kill 'Em All), chamou para produzir o 5º disco o produtor Bob Rock. No momento que este disco, chamado simplesmente de Metallica, foi lançado (1991), notou-se uma guinada na carreira do conjunto: se os álbuns anteriores mostravam um metal mais agressivo, esse vinha com músicas mais acessíveis. Não que a banda não estivesse pesada, mas o Álbum Preto (como ficou conhecido) não mostrava nenhuma faixa thrash metal. O disco foi o maior sucesso comercial da banda, que ficou bem mais conhecida no mundo inteiro.

Depois disso tudo, seguiram-se discos ainda mais leves que os anteriores, o que deixou os fãs mais "radicais" putos da vida. Além disso, declarações dos integrantes de que o metal estava morto deixaram muita gente se mordendo de ódio. Até que foi anunciado que o vocalista James Hetfield se internaria numa clínica para combater o alcoolismo. Ia passar umas semanas, mas acabou passando nove meses. Esta "gestação" deu origem a St. Anger.

Não que o disco já não estivesse em produção, mas com certeza esse período na clínica influenciou a gravação dele. Além disso, o baixista Jason Newsted, substituto de Burton, pulou fora do barco. O baixo foi gravado pelo produtor Bob Rock. Isso sem contar com brigas constantes entre os membros da banda... Enfim, foi um período muito turbulento para o Mettalica, o qual pode ser visto no documentário Some Kind of Monster.

Começou-se a ser divulgado que esse álbum seria um retorno às origens, que seria bem diferente dos anos 90, que seria o disco mais pesado em anos, etc., etc., etc. Aí, em 2001, o "bebê" é mostrado. Mal sabiam eles que esse disco daria o que falar.

O disco é pesado? SIM! Ele é pesado, principalmente se compararmos com o Load e o Reload. Enquanto estes eram mais melodiosos, St. Anger se mostrou muito mais agressivo, sem preocupações com beleza. Podemos dizer sem sombra de dúvidas que os anos 90 não se assemelham a esse disco.

E o retorno às origens? ESQUEÇA! Não há os solos de Kirk Hammett, não é um álbum de thrash; para falar a verdade, é até difícil dizer o que é St. Anger... É uma mistureba de hardcore, thrash, new-metal, alternativo, dentre outras coisas.

O que mais chamou atenção nesse álbum foi a produção. PÉSSIMA!! Tiveram a idéia de gravar o disco com equipamento mais vagabundo para torná-lo mais cru. A bateria foi o instrumento mais prejudicado por isso - parecia que não havia caixas nela, mas sim tonéis de zinco. Ela estava até bem tocada, mas é duro suportar aquele bate-lata. Enfim, St. Anger parece uma fita demo barata feita por uma banda endinheirada.

O desempenho do resto da banda foi mediano. James Hetfield praticamente não canta; ele declama, urra, desafina, grita, tentando colocar pra fora tudo de ruim que havia dentro dele. Kirk Hammett, como dito acima, não solou. E o baixo de Bob Rock... ficou uma bosta, só ficou legal em "All Within My Hands", última faixa do disco (se bem que muita gente nem chegou a ouvir essa faixa de tão puta que ficou com o álbum e desligou na metade). Ainda bem que chamaram o fodão Robert Trujillo para ser o baixista...

E o repertório? Bem, algumas músicas chamam a atenção (se ignorarmos a bateria de latão), como "Frantic", "St. Anger", "Sweet Amber", "The Unnamed Feeling" e "All Within My Hands". Mas muita gente chiou pelo fato de que havia quebradas de ritmo no meio das músicas, além da ausência de solos. Há indícios de solos, você acha que vai ter, mas aí... nada. Adivinha o que veio à mente de todo mundo... NEW-METAL! (todos juntos: NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO!!!!!!). Pronto, o que era para ser uma "volta às origens" se tornou um "chamariz pra molecadinha fã de new-metal".

Embora possa ser considerado como calcado para a geração MTV, de uma coisa que um monte de gente disse eu discordo: St. Anger não é um disco comercial, não senhor! Eu nunca vi disco comercial em que não há músicas com menos de 5 minutos. A menor faixa é "Purify", com 5min14s. Tanto é que tiveram que editar as músicas para serem colocadas nas rádios e nas tv's. Acho que isso foi levado em consideração pela banda naquele papo de "volta às origens"...

Só esclarecendo: esse não é um disco de new-metal, mas sim um disco com new-metal, além de thrash, hardcore, punk, tudo misturado em cada uma das 11 faixas, gerando 75 minutos de zuada. Tudo isso acompanhado de letras agressivíssimas, exorcismos de demônios interiores de James Hetfield.

Por isso tudo, St. Anger foi o principal motivo para todos aguardarem o próximo álbum de estúdio. Um disco que dividiu opiniões pelo mundo todo, tanto da crítica quanto do público. St. Anger não é o melhor momento da carreira do Metallica, mas serviu como terapia para a banda. Não acho que seja um disco ruim, apenas mediano. Mas muito pouco para quem já fez o clássico Master of Puppets.

Músicas:

Frantic
St. Anger
Some Kind of Monster
Dirty Window
Invisible Kid
My World
Shoot Me Again
Sweet Amber
The Unnamed Feeling
Purify
All Within My Hands

domingo, 24 de agosto de 2008

Marco Zero

Sejam bem-vindos a este novo blog! O objetivo d'O Assunto é, como o nome sugere, falar de rock (dããããã...). Aqui serão dadas opiniões sobre discos (e, quem sabe, vídeos) das várias vertentes do estilo musical mais rico existente. As resenhas aqui não vão primar pela parcialidade, até porque parcialidade em resenhas não existe, mas isso não quer dizer que será um simples "não gostei" ou "adorei". Todas as opiniões tentarão primar pela coerência, pois assim, você que está lendo poderá discordar, mas ver que, pelo menos, não falamos "de graça".

Bem, é isso! Nos vemos na próxima postagem!!

Cristiano